sábado, 21 de fevereiro de 2009

A brincadeira das qualidades

Olá caros amigos e parentes, espero que esteja tudo bem com vocês, tenho sempre orado por todos, claro que mais por aqueles que pedem mais orações. Felizmente não tenho orado tanto por mim, não gosto de ficar pedindo muito, me sinto meio egoísta, pois mesmo nas orações que vocês pedem pra eu fazer, vez ou outra meu nome está no meio dos seus pedidos. Portanto, não vejo a necessidade de fazer orações especialmente para mim. Mas não é por causa disso que eu não estou tentando mudar a mim mesmo claro que estou, mas agora estou tentando mudar a mim mesmo junto com a humanidade ao meu redor, mas não em forma de crítica, mas em forma de elogios, sempre enfatizando um clima de unidade.

                É ter unidade é uma coisa muito difícil, ainda mais quando se está num país onde não se fala sua língua mãe, mas o mais desafiador é ter unidade com sinceridade, porém essa sinceridade tem que existir por um ponto de vista positivo, mirando as boas qualidades das pessoas, elogiando-as. Dessa maneira as incentivamos a melhorar, e ao mesmo tempo, quando se treina exercer essa sinceridade positiva, criamos pureza de intenções e o com o tempo, após várias repetições, pureza de pensamento e ações retas.

                Aaaah! Mas o motivo pelo qual eu comecei a escrever isso é porque eu gostaria de lhes contar sobre um passatempo, um jogo, uma brincadeira que aperfeiçoei aqui na Terra Santa, uma amiga minha muito especial, da faculdade, com certeza vai lembrar isto. Vou começar então uma pequena historinha:

                Em alguns aniversários do pessoal da turma, costumávamos ir a churrascarias para comemorar. Então quando, sempre ( e quando eu digo sempre é SEMPRE mesmo) me perguntavam sobre a Fé Bahá’í, eu começava a falar alguns princípios e daí chegava na parte que eu falava que Bahá’u’lláh disse que ‘devemos sempre olhar as qualidades dos outros’. Daí nessa parte me pediram um exemplo, para falar as qualidades de cada um na mesa. ‘’Nossa meu Deus!’’, foi o que pensei, ‘’Como vou falar as qualidades de quase 20 pessoas aqui, um por um’’. Então eu percebi que havia alguns amigos que eu, infelizmente, não conversava muito e não sabia muito sobre eles, então como falar suas qualidades. Não sei, só sei que foi assim, (paráfrase de Severino, do livro de Ariano Suassuna, O Auto da Compadecida), comecei a falar as qualidades de cada um, sem repetir, foi difícil, mas graças a Deus, consegui. Falei uma qualidade de cada um e pude observar um sorriso no rosto de cada um, só que depois uma pessoa falou que agora iria falar os defeitos de todos, nossa, que tristeza, pude observar a cabeça de cada um baixando e o sorriso sumindo pouco a pouco da face de todos, apenas alguns riam, mas aquele riso sem graça.

Enfim, devo para com digressões e ir ao que interessa. Resulta que, num dos primeiros aqui, tinha um pessoal da mesma orientação que eu, que estava sozinho num canto, eram todos da África, e resolvi me juntar a eles. Naquele clima de brincadeira, começaram a zoar um ao outro, então resolvi falar da brincadeira que começou na churrascaria e aplicá-la naquele contexto.

A experiência foi excelente, aprendi uma nova maneira de falar as qualidades dos outros, mas além disso devíamos provar se aquela pessoa tinha realmente aquela qualidade, e não podia-se repetir os elogios, e cada um na roda deveria falar um qualidade do próximo, até que completasse ao menos uma volta.

                Hoje repeti essa experiência novamente, foi interessantessíssima como sempre. No início todos estavam meio envergonhados de receber elogios e meio incertos de quais qualidades falar dos outros, mas no final, quando estava para acabar, quiseram fazer outra volta, no sentido contrário. Foi fantástico.

                Então essa foi uma história interessante, não acham. Se quiserem repeti-la no seu dia-a-dia, por favor, façam, não hesitem.

Um comentário:

  1. Olá querido Naim
    Que saudade!! Mas sua presença, por tabela, está em seus queridos irmaos Nabil e Kiam.
    Como voce está no paraíso dos lugares sagrados bahá´ís, está mais perto de Deus, com certeza.
    Se vc não se importar de mandar um pouquinho de luz pra nós berlandenses, em forma de orações. Lembre-se de mim em suas orações.
    Grande abraço,
    Ana Guaranys

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